quinta-feira, 25 de abril de 2013

Associação da Mulher na Comunicação Social


Em 1993, um grupo de cinco jornalistas mulheres, decidiu dar corpo à ideia de criação de uma associação que envolvesse todas as mulheres que trabalham na Comunicação Social em Moçambique. Assim, um trabalho de debate e levantamento da situação da mulher neste sector foi feito à medida que se fazia o rol das necessidades para se atingir a igualdade de direitos e oportunidades entre profissionais de ambos os sexos na área de informação em Moçambique.

Vários problemas foram encontrados, nomeadamente diferenças de tratamento entre profissionais de ambos sexos, os mesmos com igual formação académica, profissional e mesmas capacidades.
Também constatou-se que raras vezes as mulheres neste sector beneficiam de formação profissional e porque o salário está directamente ligado à progressão na carreira, têm consequentemente um salário baixo.


Por um lado, a Imprensa veincula uma imagem distorcida da mulher no processo de desenvolvimento. Estatísticas indicam que mais de metade da população moçambicana é analfabeta e desta, a mulher é a maioria e é ela que participa na área da agricultura, sector básico para o desenvolvimento.
Neste sentido, milhares de mulheres não sabem ler nem escrever na língua portuguesa e a informação é difundida, regra geral, em língua oficial portuguesa, o que priva a mulher de acesso ao que se passa à sua volta e no mundo.
Também é sabido que a mulher, sobretudo nas zonas peri-urbanas e rurais não conhece a lei e ignora inclusive aqueles dispositivos que a dizem respeito.
Foi na sequência destes e de outras questões que a AMCS foi criada a 9 de Julho de 1998, como um instrumento de luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres em Moçambique e pela mudança da imagem negativa veiculada pela informação no país.

Visão
Ser uma organização forte e independente com mulheres em posições de tomada de decisões, bem qualificada e a trabalhar na perspectiva de género.
Missão
Promover e fortalecer o papel da mulher para desenvolvimento das comunidades marginalizadas através do uso da justiça e dos meios de comunicação social

Em 2001 a AMCS cria a Rádio N’thyiana, a primeira Rádio Comunitária, em Moçambique, feita por mulheres e destinada a mulheres. A rádio tem servido para a radiodifusão de actividades de lobby e divulgação de vários programas relacionados com os Direitos Humanos, HIV/SIDA, Saúde da Mulher, Programas de Desenvolvimento, Programa da Criança, Voz da Comunidade, Debates, Entrevistas, etc.
Desde a sua criação a AMCS trabalha em parceria com a Associação Moçambicana da Mulher na Carreira Jurídica (AMMCJ), Mulher Lei e Desenvolvimento(MULEIDE), CEDE, DECOM e, neste momento faz parte duma coligação e Aliança para a Lei da Família, constituída pela AMMCJ, AMCS, MULEIDE, União Nacional de Camponeses (UNAC), WLSA, Iniciativa de Comunicação e Marketing – Kudondzissana e Forum Mulher.


A Rádio N’thyiana iniciou desde o ano 2004 o Projecto de Desenvolvimento Através de Rádio (DTR) que já criou 27 Clubes de Escuta nos distritos de Matutuíne, Magude, Boane, Namaacha, Manhiça, Marracuene e cidade de Maputo. Os Clubes de Escuta consistem em grupos maioritariamente constituídos por mulheres que beneficiaram-se de rádio-gravadores, cassetes e pilhas. Os Clubes de Escuta debatem os problemas que afectam as suas comunidades e gravam em cassetes que posteriormente são recolhidas para produção de programas radiofónicos divulgados pela própria Rádio N’thyiana

 

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